A OMS diferencia a ansiedade normal (uma reação adaptativa e temporária a situações de estresse ou perigo) dos Transtornos de Ansiedade (uma condição persistente, intensa e desproporcional que causa sofrimento e prejuízo funcional significativo).
Características dos Transtornos de Ansiedade (OMS/2025)
1. Sintomas Emocionais e Cognitivos:
- Preocupação Excessiva e Incontrolável: Pensamentos intrusivos e negativos sobre eventos futuros (saúde, finanças, segurança, desempenho), que são difíceis de controlar e que persistem na maioria dos dias por longos períodos.
- Medo Desproporcional: Sentimentos de medo ou pavor intensos e irracionais, que não correspondem à ameaça real da situação (característico de fobias, Transtorno de Pânico e Ansiedade Social).
- Irritabilidade e Tensão: Sensação constante de agitação, nervosismo e dificuldade em relaxar.
- Dificuldade de Concentração: O estado de alerta e a preocupação constante prejudicam a atenção e o foco no trabalho, estudos ou atividades diárias.
2. Sintomas Físicos (Somáticos):
- Ativação Autonômica: Taquicardia, palpitações, sudorese excessiva, tremores e “falta de ar” ou sensação de sufocamento.
- Tensão Muscular: Dores, rigidez e desconforto físico, especialmente na nuca e ombros.
- Distúrbios do Sono: Insônia, dificuldade para iniciar ou manter o sono, ou sono não reparador.
- Problemas Gastrointestinais: Náuseas, diarreia ou desconforto abdominal.
3. Prejuízo Funcional (Sócio-Ocupacional):
A característica definidora de um transtorno é o impacto negativo significativo que os sintomas causam na vida da pessoa, levando a:
- Dificuldade em manter relacionamentos sociais.
- Baixo desempenho acadêmico ou profissional.
- Evitação de situações que desencadeiam o medo, o que restringe a vida.
4. Tratamento Terapêutico Recomendado pela OMS (Perspectiva 2025)
Psicoterapia Baseada em Evidências:
A OMS defende que as intervenções psicoterapêuticas são o tratamento de primeira linha, especialmente em casos leves a moderados.
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Altamente recomendada por ser eficaz no ensino de estratégias para modificar padrões de pensamentos disfuncionais, enfrentar medos gradualmente (exposição) e desenvolver habilidades de relaxamento.
Como o EMDR trata a Ansiedade
O EMDR atua diretamente na forma como as memórias são armazenadas no cérebro:
- Conexão com a Raiz do Problema: Em muitos casos de ansiedade (como Fobias, Transtorno de Pânico e até Ansiedade Generalizada), existe uma memória ou uma série de eventos passados que servem como “gatilhos” ou a base para a reação ansiosa exagerada no presente.
- Reprocessamento: O terapeuta guia o cliente a focar em uma memória-alvo (uma imagem mental perturbadora, a crença negativa e as sensações físicas associadas à ansiedade). Enquanto o cliente mantém esse foco, o terapeuta aplica a Estimulação Bilateral (EBL), para dessensibilização e ressignificação das memórias reprocessadas.
Eficácia do EMDR para a Ansiedade
A eficácia do EMDR para a ansiedade é bem documentada, especialmente quando a ansiedade tem um componente traumático ou fóbico:
- Transtorno de Pânico e Fobias: O EMDR tem demonstrado ser particularmente rápido e eficaz para fobias específicas e ataques de pânico, pois frequentemente consegue identificar e reprocessar as experiências iniciais que levaram ao desenvolvimento do medo.
- Ansiedade Generalizada (TAG): Em casos de TAG, o EMDR pode ser usado para reprocessar memórias que estabeleceram padrões de preocupação excessiva e crenças limitantes.
- Transtorno de Ansiedade Social: Ajuda a reprocessar memórias de rejeição ou humilhação que fundamentam o medo do julgamento social.
